Sob a escuridão dos teus cabelos não vejo o mundo aqui por fora. Por trás de armações coloridas estão escondidos os olhos mais doces já existentes. Embaixo dessa armadura esconde-se sua alma, sua bondade, seu corpo que minhas mãos desejam ardentemente percorrer. Sua pele macia que exposta através de seu vestido de alcinha, imploram para que sejam tocadas. Você. Eu. E cada suspiro seu, meu ar se esvai. Seus pés, seus olhos, suas belas saboneteiras. Perco-me a cada passo. Teu corpo.
Na minha cama você me provoca, despe meus sonhos, molha minhas noites. Não posso te tocar, te enfeitiçar. Agora estás em meus braços, com feições tristes, com o corpo coberto por um ar gélido. Teu corpo morto, frágil. Tão perfeita. Seus lábios pedem desesperadamente por um beijo meu. Desejo-te aqui comigo, você está aqui e não está. Seus olhos brilhantes me penetram, penetram minha alma. Eles não piscam, só observam. E deitado ao seu lado, jazido como você, uma garrafa e eu a me embebedar com veneno. Ele vai me levar até você, e lá eu te terei.