Por que tão inquieta e inconstante? Momentos que vem e vão
de súbito e acabam tão rápido. Prender-me em uma coisa e me manter: difícil. Inconstantes
pensamentos vêm e vão num piscar de olhos. Minha sede por mudança é algo
insaciável. Vivo tão intensamente o momento que acabo deixando de lado tantas
outras de tamanha importância. Viver um momento de cada vez, não querer engolir
o mundo de uma vez ou abraçar todo ele com minhas pernas, pra não se esquecer
de viver realmente.
julho 02, 2013
junho 28, 2013
Amor e ciclos repetitivos.
Muito vivi esses 3 anos e percebo: minha vida se tornou um
ciclo. Na verdade, acho que não só a minha, não só a vida, mas tudo que se
passa ao nosso redor. A história, por exemplo, é formada por vários ciclos
repetitivos e pouco mudam com o passar dos anos. Elementos de formação
essencial sempre vão estar ali de suma importância na história. Um desencadear
de manifestos por exemplo.
Não vim falar de história, infelizmente, vim falar de amor.
Relendo todos os textos que fiz até hoje – não foram poucos, confesso, porém
deveriam ser mais – percebo uma padronização na minha forma de amar, e talvez
seja isso, talvez seja hora de mudar. Talvez minha inconstância em relação a
vários assuntos, minha falta de amadurecimento e meu problema com o “não” me
afetem de certa maneira. E me afetam, na verdade.
“Nós aceitamos o amor que achamos que merecemos”
Posso dizer que essa frase foi feita pra mim. Talvez seja
meu problema com o “não” que me impulsiona a amar pessoas a me apaixonar por
pessoas dessa maneira imbecil que amo ou me apaixono. Confesso que já namorei
por não saber dizer “não”, já beijei por não saber dizer “não”, já arrumei
desculpas para adiar coisas que pra mim não faziam o menor sentido, que eu
realmente não queria por não saber dizer “não”.
Cansei, é vez de dizer NÃO. Cansei de escrever mesmices, de
falar mesmices, de sentir mesmices. NÃO. Esse ciclo tem que acabar. Eu preciso
mudar, não quero um amor novo nem nada, eu só quero parar. Quero agir sem medo
de machucar ninguém, afinal as pessoas não pensam em machucar e machucam mesmo
assim, né? Quebrar a cara faz parte da vida, afinal de contas.
Preciso de sensações novas, de pessoas novas, de rotinas
novas. Me prometi: ano novo, coisas novas. Como me prometi coisas novas e não
prometi atitudes novas? Qual o meu problema? 19 anos e nenhuma atitude nova,
minha idade mental parece que parou nos 16. Exatamente, 3 anos.
Há 3 anos atrás minha vida era outra, como posso querer
coisas que aconteciam a 3 anos atrás se tudo mudou? Os anos foram passando,
pessoas foram entrando e saindo de minha vida. Umas pelo próprio tempo, outras
por que quis me afastar, outras por motivos ainda mais trágicos. Minha vida
hoje (Junho de 2013) é outra.
Há 3 anos vivia e convivia com pessoas que hoje nem falo
mais, e outras que falo tão pouco. O ócio criativo naquela época nem era tão
grande como agora, mas confesso que conversava mais, CRIAVA mais. Convivia com
pessoas que estimulavam minhas histórias – de amor ou não –, me estimulavam a
viver de uma maneira feliz, artisticamente falando.
Sim, agora não é mais sobre amor, é sobre meu ciclo de vida
se repetindo. Mas como o amor está incluído nisso, por favor, desconsidere a
mensagem anterior. Quando abri essa página para começar a escrever pensei: “Hoje
vou escrever sobre amor, vou escrever sobre o quanto eu estou sofrendo por algo
que eu não sei o que é”, mas decidi abrir o blog. Coisas da vida. Eu abri por
um motivo bem alheio a um texto de amor e acabou saindo tudo isso.
Abri o blog e vi 3, 4 textos sobre a mesma coisa: Eu
quebrando a cara por “um amor que eu acho que merecia”. E se for pra merecer
tão pouco, melhor me privar. Não posso dizer que não fui amada, porque fui. Mas
posso dizer que achei que merecia AQUELE amor, mas aquilo não era o que eu
queria, mas no fim das contas acabei me entregando ao “amor que merecia” e
acabei amando realmente.
Não posso dizer que nunca amei e fui correspondida, mas fui
correspondida por aquele “amor que achei que merecia”. Não posso cobrar amor
das pessoas, afinal. Cada um ama do jeito que ama...
junho 27, 2013
Sobre uma possível vida.
Abriu os olhos e não sabia onde estava. Não era comum de acontecer,
mas certamente sabia que não era a primeira vez. Não via nada mais que relva
seca e alta ao seu redor, o sol meio baixo e a certeza de que não havia chegado
ali por vontade própria. Ficou um tempo encarando o céu sem nuvens no chão e
ouvindo o farfalhar do vento nas pequenas flores ali ao seu redor. Paz. Era só isso que sentia, e só isso fazia
se sentir especial.
Pensou em seu pai, sua mãe. Decidiu se levantar e sentir as
folhas em suas mãos. O perfume que exalava aquele ambiente era algo que jamais
havia sentido. Se paciência tivesse um cheiro, definitivamente seria aquele.
Levantou-se e ia observando todo aquele verde que ia se esvaindo em tons de
amarelo, dourado, cobre... Ia se esquecendo, aos poucos, do porque fazia
aquilo.
Ia andando lentamente, apreciando a paisagem, olhando os pássaros
que cruzaram o céu vez ou outra. Esquecendo-se do porque andava e observava.
Sentia o vento bater em seu rosto e começava a se questionar sobre a vida, a se
questionar porque estava ali. Perguntas iam e vinham em sua cabeça e nenhuma
dessas perguntas havia resposta.
Começou a esquecer das palavras, frases inteiras. Ia cada
vez mais lentamente por aquele campo – parecia que não ia acabar nunca. Acabar?
Tudo tem um fim? Parou. Olhou ao seu redor, já não se lembrava mais quem era,
de onde viera, porque estava ali, o que era ali. Não sabia mais nada. Respirava
mais lentamente. Decidiu deitar-se, deixar-se levar.
Deitou, olhou para o céu, ouviu o canto dos pássaros, o
farfalhar das flores, sentiu o cheiro, sentiu a paz. Sua visão foi ficando escura,
já não conseguia mais ver o azul do céu, os tons amarelos das plantas. Sua
audição foi se perdendo e passou a ouvir o nada. Sua respiração ia cessando.
Suas pálpebras iam pesando. Acabou. Tudo tem um fim. Parou. Fechou os olhos e
não sabia onde estava.
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