março 20, 2010
aquela decadencia pouco comum
Estava ela sentada nas tão famosas cadeiras de plástico afogando suas magoas em um copinho de pitu. Ouvindo aquela musica empolgante daquelas bandas não tão famosas assim que tocavam por aquelas ruas no recife antigo, percebeu que o quão gigante era o mundo fora de seu umbigo. Viu aqueles caras que tem precisam vender drogas pra sobreviver, e os que não precisam mas vendem mesmo assim. Viu aqueles caras na rua que vendem artesanato pra sobreviver, e eles precisavam mesmo. Bebeu mais uma dose, e viu todos aqueles filhinhos de papai que cheiravam loló sentados ao meio-fio. Viu todos os movimentos que o baterista fazia com suas baquetas. Ela viajou na imagem que eles faziam. Bebeu outra dose. Se levantou de sua cadeira, foi até aquele cara que vendia drogas, pediu um dólar de dez. Fez o cigarro, noiou pesado. Foi até o cara do artesanato. E comprou tudo o que ele podia vender com 30 reais. Encontrou com seus amigos de infância, em plena decadência de uma pessoa. Ela caiu no chão, vomitou todo seu egocentrismo, toda sua decadência. Ela estava sozinha. Seus amigos riam e ela percebeu que a moral que ela tinha havia perdido, em pleno antigo. Quem era ela naquela hora? Os seguranças tentaram a ajudar, perguntaram onde ela morava, seu nome. Ela não sabia. Deitou-se em pleno meio-fio as 4h50 da manhã. Anjos e auras coloridas iam buscá-la, ela conversou com elas como se fossem reais. Ela se levantou como se não tivesse acontecido nada, seus cabelos bagunçados faziam parte de seu declínio. e foi cambaleando pelas ruas perdidas daquele antigo pouco movimentado.
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